Duas pessoas são internadas com suspeita de intoxicação por metanol no Maranhão, diz SES
13/10/2025
(Foto: Reprodução) Criança foi levada para UPA do Parque Vitória, mas faleceu
TV Mirante
Duas pessoas foram internadas com suspeita de intoxicação por metanol no Maranhão, segundo informou a Secretaria de Estado da Saúde (SES). Os pacientes estão sendo atendidos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do Parque Vitória e de Paço do Lumiar, na Região Metropolitana de São Luís.
De acordo com a SES, as duas pessoas permanecem em observação enquanto aguardam os resultados dos exames clínicos que devem confirmar o diagnóstico.
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Em respeito à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), a secretaria informou que não divulgará detalhes sobre o estado de saúde das vítimas.
A SES também ressaltou que todos os procedimentos adotados seguem os protocolos do Ministério da Saúde, conforme orientações de uma Nota Técnica específica sobre casos de intoxicação por metanol.
Protocolo padrão
Como as primeiras horas são decisivas para salvar vidas, o Ministério da Saúde orientou um protocolo padrão para os pacientes que procuram as unidades de saúde com sintomas persistentes ou piora, após consumo de bebidas destiladas. Entre os sintomas, estão:
Sonolência
Tontura
Dor abdominal
Náuseas
Vômitos
Confusão mental
Taquicardia
Visão turva
Fotofobia
Convulsões
Ministério amplia rede de apoio para confirmar casos
O Ministério da Saúde também anunciou novas medidas para reforçar o apoio ao estado de São Paulo na confirmação dos casos suspeitos de intoxicação por metanol.
“Uma das ações que discutimos é apoiar o estado a fazer mais rapidamente a confirmação ou o descarte dos casos”, disse o ministro Alexandre Padilha. “Discutimos na sala de situação medidas para confirmar mais rapidamente.”
O governo montou uma sala de situação para acompanhar a evolução dos casos e definir estratégias de resposta.
Para agilizar os diagnósticos, o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) da Unicamp vai ampliar a capacidade de análises e passa a integrar a rede de laboratórios de referência. A unidade poderá fazer até 190 exames por dia.
A Fiocruz também colocará seu laboratório à disposição dos estados. Com isso, o governo espera montar uma estrutura permanente para análise de casos de intoxicação química, não só durante o surto atual.
O ministro também anunciou a chegada do fomepizol, medicamento importado que bloqueia a ação tóxica do metanol no organismo. O lote virá dos Estados Unidos ainda nesta semana e será distribuído para centros de toxicologia em todo o país.
Infográfico: o impacto do metanol no corpo humano.
Arte/g1
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Antídoto
Mais de 2 mil doses de fomepizol, antídoto usado para tratar casos de intoxicação por metanol, chegaram na quinta-feira (9) ao centro de distribuição do Ministério da Saúde, em Guarulhos, Região Metropolitana de São Paulo.
Ao todo, o Ministério da Saúde comprou 2.500 doses com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Conforme o ministério, 288 doses serão encaminhadas aos hospitais paulistas ainda nesta quinta para tratar pacientes. Na sexta-feira (10), todos os outros estados, com casos suspeitos ou não, também irão receber doses. Veja como será a distribuição:
São Paulo: 288 doses
Paraná: 84 doses
Pernambuco: 68 doses
Mato Grosso do Sul: 20 doses
Goiás: 52 doses
Ceará: 64 doses
Rio Grande do Sul: 80 doses
Espírito Santo: 28 doses
Rio de Janeiro: 120 doses
Piauí: 24 doses
Minas Gerais: 152 doses
Bahia: 104 doses
Acre: 16 doses
Distrito Federal: 20 doses
Mato Grosso: 28 doses
Paraíba: 28 doses
Rondônia: 28 doses
Alagoas: 16 doses
Amapá: 24 doses
Amazonas: 16 doses
Maranhão: 32 doses
Pará: 48 doses
Rio Grande do Norte: 60 doses
Roraima: 24 doses
Santa Catarina: 56 doses
Sergipe: 16 doses
Tocantins: 16 doses
Ainda conforme o órgão, mil doses vão permanecer no galpão do centro de distribuição para serem encaminhadas aos hospitais quando necessário.
O fomepizol será usado apenas sob acompanhamento médico, seguindo a norma técnica do Ministério da Saúde que determina: "o medicamento será prescrito para pacientes que chegarem aos serviços de saúde com sintomas clínicos depois intoxicação, que tenham ingerido destilados no intervalo entre 6 e 72h e que apresentarem alterações em dois exames laboratoriais".
Além do fomepizol, o SUS vai continuar usando o etanol como antídoto.
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